segunda-feira, 28 de junho de 2010

a menina sem nariz

Não sei dizer bem o que eu sentia ao entrar na casa dele, talvez um certo pavor, mas daqueles que não me faziam temer ele, só me trazia pra perto. Eu jamais imaginava o que ocorrera naquela casa meses antes, mas de certo era algo muito misterioso, que se escondia atrás de pés, mãos e até orelhas!
Certa vez enquanto ele preparava o jantar, resolvi bisbilhotar o baú de seu quarto, milhares de tralhas e trambolhos velhos, percebi um fundo falso, no qual encontrei potes com tais partes, pareciam tão conservadas e femininas, reparei um que estava vazio e com um papel escrito: a se pensar!
Na mesma hora percebi os passos, tratei de fechar e sair correndo ao seu encontro.
Desde então pensava muito nele, pensava às vezes ser um psicopata que matava todas suas amadas por ciúmes, mas depois comecei a ser mais realista, ele não era nenhum tipo sanguinário, e muito menos assassino.
Era do tipo possessivo, e ao passar do tempo fui percebendo que ele se alimentava cada vez mais de mim, era como se eu fosse alimento de seu espírito, como se ele necessitasse de mim cada vez mais e com maior freqüência.
E como eu queria ser dele, mas não queria apenas uma parte, queria ser por inteira, queria que minha alma fosse toda dele, em três meses fomos tanta coisas que pareciam ter se passado três anos, talvez por nossas essências que se encontraram e se apaixonaram, o que importava não era o tempo e sim a intensidade, eu já não era capaz de desejar homem algum se não ele.
Mas só uma parte de mim caberia a ele, e eu desconfiava de meu nariz, aquele que ele adorava brincar e as vezes chegava até a morder, me lembro como se fosse hoje do nosso primeiro encontro naquela sorveteria que ele atirou uma bola de sorvete de menta em meu nariz e começou a lamber.
Hoje ele fez tudo diferente, me mandou um café da manha me chamou pra jantar e depois assistir filme na casa dele, no meio do filme sentia minhas pernas dormentes e aos poucos fui adormecendo, desde então só me lembro da hora que acordei.
Deitada no chão de algum beco ouvia o som de sirenes vindas de longe, ainda movi minha mão e pus em meu rosto, não encontrei meu nariz, eu estava certa.
Cada vez mais o barulho chegava perto, mas antes que ele me alcançasse, eu perdi todos os sentidos meu coração começou a bater lentamente, perdendo a força aos pouquinhos meus olhos se fecharam, e eu me tornei dona de uma paz imensa.
Estampado nos jornais: assassino em série ataca de novo! Dessa vez a menina sem nariz.

terça-feira, 22 de junho de 2010

mesa de um bar

garçom me ver um barril de chop, que HOJE EU VOU BEBER
Hoje eu vou beber, beber até esquecer de mim até esquecer você.
Hoje eu vou beberaté ter coragem de te ligar p me declarar.
Hoje eu vou beber pra ter coragem de xavecar alguém que não tenha lábios doces e aroma de flores feito você.
Hoje eu vou beber e vou perambular nas ruas até te encontrar, me afogar num copo até te achar.
Hoje eu vou beber na mesa de um bar e só saio de lá quando achar a razão pra tanto te amar!

lá do décimo andar

E eu lá espiando do décimo andar, onde já se viu isso? Naquele dia decidi olhar como andava o mundo La embaixo, através das lentes do meu binóculo, queria ver coisas que apenas eu veria, coisas que lá de baixo não se pode observar.
Virei as lentes na direção do sushi, fui passando de mesa em mesa, uns velhos numa delas, falavam sobre raparigas e experiências de sexo; na outra um casal, ele com a mão por dentro da saia dela; mulheres conversando sobre seus maridos...
Meu binóculo já passa despercebido, sem achar que iria encontrar algo interessante, quando de repente numa mesa mais escondida como se quisessem se afastar um pouco do mundo, ou pediam mais sigilo, duas jovens.
Parei um pouco nelas, uma me chamou bastante atenção, ela falava de Radiohead , livros e escritores, me parecia ser dona de uma liberdade tão grande
Falava empolgada, se atropelava as vezes, ria de si mesmo, me parecia do tipo destrambelhada, mas passava um certo charme, cabelos num tom acastanhado, olhos bem pretos pareciam duas jabuticabas, tão pálida, ela era linda, uma beleza incomum.
Sabe, não era do tipo: gostosa por fora e um lixo por dentro. Ela era gostosa por fora e por dentro, daquelas que se podem ter uma conversa descente, de que se possa discutir a existência de um são Jorge num cavalo preto.
Já fazia um tempo que estava vidrado ali, eu precisava descer, nem que fosse comprar uma coca-cola, e precisava passar por ela sentir seu cheiro sentir sua essência.
Coloquei a primeira camisa que vi pela frente, desci desesperado pelas escadas, corri pro bar.
Como assim a mesa estava vazia? Cheguei mais perto, perguntei a um garçom sobre duas moças sentadas naquele lugar, ele me disse que já tinham ido, eu não podia acreditar mal a encontrei e já tive azar de perdê-la. Voltei pra casa desapontado e fiquei pensando se um dia eu iria volta a encontrar.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

anjo

Êpa não é assim, olhe como ela está me amando, ela se doa toda pra mim, mas eu nem chego aos pés dela, daquele anjo.
Porque eu não evitei tudo isso antes, porque eu perdi o controle da situação, meu coração não é feito pra receber amor, ele é tão inconstante e agora eu deixei aquele pobre anjo me amar, o que será dele agora? Será que vai se transformar em uma aberração.
Porque eu fui perder a merda do controle , deixei nossas essências se encontrarem,nossas almas se apaixonarem, olha só aonde o barco foi parar.
Anjo ô anjo, eu não fui por não te amar, se agora eu te deixo com uma lagrima sobre a face é pra mais tarde outras mil você não derramar!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Esse lance de esperar

Esse lance de esperar por outra pessoa, não dá certo, a vida vai passando e você vai se privando das coisas porque você tá esperando por alguém que nem sabe se vai voltar,se o rumo da pessoa muda ou ela decide passar um tempo com fulaninho e mais um tempo sozinha e você continua a esperar, de repente você olha pela janela e ver quanta coisa passou e você nem se quer aproveitou, esperar pra que? Se um dia tiver que ser, será!

imagem distorcida

Ainda que distorcida sua imagem me vem a cabeça, ainda que pequenas permanecem lembranças boas, as ruins o tempo deu um jeito de apagar, ou de tirar do centro, não é que eu me esqueça das coisas pelas quais passamos,é só que elas não tem necessidade de ocupar espaço em minha memória lotada.
Envio meus pêsames a sua imagem distorcida, que vem junto com um pouco de decepção, como se eu tivesse esperado demais de alguém que tinha de menos pra oferecer, ou como se tudo que eu construí sobre você fosse só ilusão de minha mente.
Não que eu ainda me importe ou perca tempo lamentando, só quando me lembro da solidão e de pessoas que mentem até pra si mesmo pra causar uma boa impressão, pessoas tão sozinhas tão sem ninguém, dignas de pena, é só aí que lembro de você!

terça-feira, 15 de junho de 2010

gostando e ficando

e eu fui levando com a barriga pra ver onde ia desaguar, e você foi me dando tanto que acabei gostando e ficando de vez.

burrice

-Esperança? Que droga é essa?
-é uma que as pessoas usam quando querem insistir numa coisa que provavelmente não vai acontecer.
-e você usa muito?
-só enquanto espero por você!
-talvez isso se chame burrice!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

feito um jardim

É assim feito um jardim, você cativa e ele vai florescendo as plantinhas vão nascendo, a água é feito o tempo, se você deixar de regar, as plantinhas vão morrer, mas antes de falecerem elas buscam desesperadamente uma forma de sobreviver. Algumas depois de sugarem tudo que sua terra lhe tem pra oferecer morrem algumas poucas tem a sorte de viverem em lugares que sempre chovem, mas como tudo é um ciclo, na vida a gente nasce, amadurece e morre!

Será mesmo o nosso fim?

Tudo pronto. Unhas feitas, maquiagem impecável, saia de cintura alta, um salto muito alto vermelho contrastando com a bolsa.Era “A” festa; na fila ingressos na mão,e pulseirinha de vip quem tivesse, chegando la muitos conhecidos, olhos voltados para as roupas, fofocas e mais fofocas, drinks e mais drinks,e no meio de tanta gente encontrei você!
Alguns olhares de relance sem que você percebesse. Seu amigo me aponta e cochicha algo do tipo “ela está ali”, você nem olha, só responde alguma baboseira e finge que nem lembra mais da minha existência.
Tequila sal e limão, clone! Duas de uma vez só, pra tirar você da cabeça!
Decidi andar, sair do seu campo de visão pra nós dois podermos aproveitar a festa.
Cantadas no pé do ouvido, alguns xavecos, e chega ele, aquele que na verdade devia ser seu adversário se a gente tivesse continuado com nosso casinho de segunda mão, minha atenção se desvia de você e se volta pra ele que agora ocupa o seu lugar.
Tudo ocorre bem, quando “PUFT”, nossa música começa a tocar e eu novamente me lembro da gente, largo um pouco ele e olho de lado, que surpresa você estar bem ali, virado de costas pra mim, fingindo que não me ver, fingindo que não ta nem ai, quando na verdade se arde de ciúmes por dentro.
Eu procuro me afastar um pouco, não quero nem seu olhar naquela hora, seu amigo percebe,e te sussurra mais algumas coisas, e você rir como se fosse uma piada, como se não se importasse comigo.
Chegando ao fim você não podia deixar de dar o troco, isso não seria digno de você, e de repente está você lá puxando papo com outra qualquer, eu nem sei quem é e prefiro nem saber só saio dali, não quero ver onde vai dar.
Voltamos pra casa, Eu deitada na minha cama morta de cansada, e você já devia estar na sua também, ambos nos lembramos um do outro, olhamos pros celulares esperando mais um torpedo, um único que fosse, nem que fosse um “adeus” ou um “ acho que te vi hoje” chegamos até a digitar algo qualquer, mas na hora de enviar nosso orgulho nos mandou parar, já vencidos pelo cansaço, revemos a caixa de entrada lemos uma por uma e apertamos em “excluir tudo”.Será mesmo o nosso fim?

sexta-feira, 11 de junho de 2010

É como se você suprisse todas as minhas faltas, e eu sinto uma necessidade enorme de ti.

simplesmente conhecidos

E depois de tudo,ver você passar por mim como se nada tivesse acontecido, como se fossemos simplesmente conhecidos me dói muito, ver tudo o que eu tinha construído desmoronando,o meu castelo se acabando e você de um lado ajudando a derrubá-lo,enquanto eu junto os cacos e tento remontá-lo, e o tempo passando vai desgastando mais. E você arranja outra pessoa que te ajude a acabar logo com toda a fortaleza enquanto eu cansada e surrada, ainda rastejo pra tentar ergue-lo.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Te explicar a minha ida

Meu bem fecha teus olhos imagine-se naquele nosso quarto, que a gente sempre se encontrava, uma penumbra, temperatura amena, cobertores aconchegantes. Vamos lá eu sei que você consegue, não ligue para o barulho na fechadura, eu ainda tenho a chave que você me deu, irei me deitar ao teu lado benzinho, pra te explicar da minha ida.
Eu vejo nos teus olhos o peso, obres sofridas cansadas da dor, vejo um brilho lá no fundo como uma esperança, mas sinto lhe informar que eu não vou voltar, se ela é a ultima que morre, já não existe mais nada, no seu mundo já é tudo alma.
Eu vim pra dizer que esse peso que te deixei foi pra te fortalecer, pra outras vezes não doer, pra você saber como lidar, e um dia você vai ver que te serviu, pode até me perdoar.
Pequena eu não fui por não te amar, chega horas que a gente tem que partir, pro coração não sofrer mais, eu sei que te jurei o céu e o mar, e o máximo que te deixo hoje é o chão duro e uma enorme montanha nas costas pra carregar, mas eu nunca vou te esquecer amor, e saiba que o que deixo a ti vou carregar em mim também.
Se permita amar, não tenha ressentimentos nem autocomiseração, meu bem se privar de amar é viver na solidão, e a solidão deixa o coração nesse leva e trás.
Perdoe, não a mim, mas a todos que virão em seguida, não carregue mágoas.
Abre teus olhos agora, devagar pra não se assustar, a temperatura esquentou, o sol bate na janela,os cobertores agora são lençóis, vai se acordando que o nosso sonho acabou, as lembranças ficaram e o nosso amor exausto vai dizer tchau e a gente vai jurar que não vai mais ter coragem de amar, porém semana que vem ou próximo ano vamos estar com um outro alguém, não se esquece a chave que deixei, pra não correr o risco de voltar e te machucar.

não era amor...

Nas nossas conversas a gente combinou que não era amor, bom não sei definir , sei que não é amor, mas é um sentimento tão provocante, que desvaloriza todo mundo, e só deixa você no pedestral, e todos aqueles outros são só farças, só homens que escolhi pra passar as horas ruins, eles deveriam se chamar saudade, mas talvez a saudade esteja comigo o tempo todo, menos quando você ocupa o lugar dela.